domingo, 25 de abril de 2010

Continuando o assunto abaixo.............

SOU GOSTOSA E ASSUMO


Nem quando eu tinha anos entrei numa calça jeans 38. Nunca me senti feliz com os peitos reinando absolutos em uma blusa branca sem sutiã. Me sentia uma hipopótoma prenha quando teimava em vestir um top minúsculo com a pança exposta à poluição. Jamais deixei de ter penico praiano no final da primavera. Mas, depois de muita terapia e muito chuchu refogado, decidi: sou muito mais gostosa do que essas esqueléticas posando de cabide maquiado em capa de revista de moda. Porque na vida real, gostosura não é ter 1,77 e 50 quilos, nem ter sido inflada com 300 mililitros de silicone, sugada por lipoescultura ou esticada com Botox até na pupila. SER GOSTOSA É DECISÃO.
Decida que seus culotes, apesar de não serem a coisa mais fofa do mundo, são extermináveis. Faça um tratamento estético e acabe com eles. Decida dar um tapa na cabeça de seu namorado sempre que ele te chamar de gordinha, fofinha ou qualquer coisa terminada com INHA que cause ira: você é a única pessoa que pode depreciar a si mesma, é com que fique claro. Decida reclamar menos do seu corpo e aproveitar mais todas as sensações que ele pode proporcionar se você parar de se torturar com cada estria que se instalar na banda direita da sua bunda.
Burrice é dar valor exagerado ao que é, na essência, detalhe. Tragédia é a fome na África, o assassinato dos bebês-foca, não a falta de elastina no seu glúteo direito. Decida chutar para a estratosfera os padrões de beleza: os peitos da Gisele Bündchen são dela, não seus. A barriga tanquinho da professora de aeróbica na televisão é dela, não sua. E, na real, se ser padrão fosse tão bacana assim, essa mulherada não viveria neurótica, bulímica, anoréxica, com disfunção renal, cerebral, hemorroidal... No fim, todas nós sofremos de prisão de ventre.
Decida que “osso largo”, “retenção de líquido” e “gases” não são desculpa para não ter a cintura da Jennifer Lopez – você tem outra estrutura, simples assim. Ou prefere se afogar num sorvetão de pistache no final de um dia estressante a encarar uma porção de gelatina e amargar um humor tão ruim quanto às desculpas do Rubinho ao final de uma corrida. Não dá para ser leoa com pelagem de jaguatirica. Mas dá para ser uma leoa deslumbrante.
Decida que você, e o que existe de melhor em você, não se resume àqueles 2 ou 3 ou 10 quilos de banha que insistem em não sair do seu quadril. Quem acha o contrário deve ser posto sumariamente de quarentena na sua vida. E se for você que pensa assim? De duas, uma: Freud ou Jung. Não, três: pode ser Lacan também.
Se você decidir que quer mais é ter barriga sarada, a bunda dura, o peito empinado e a coxa marmórea, vá em frente. Malhe. Feche a boca. Gaste com cirurgias, mas não se engane pensando que depois sua felicidade será plena, porque alegria e auto-estima não vêm de brinde com a lipoaspiração. Lembre-se de que o embrulho do presente acaba sempre indo pro lixo.
Então, para descomplicar e desneurotizar minha existência, decidi que sou gostosa. Compro roupas que valorizam o que tenho de melhor e não pago mico de me vestir feito um manequim de vitrine da Dior: o máximo que conseguiria seria parecer um espantalho fashion louco. Não me abalo mais com comentários testoteronentos e babões diante de corpos fenomenais: eles são visivelmente dignos de urros de tesão, mas não dediquei minha vida a ter um daqueles, por isso não posso querer ter um daqueles. Não passo três horas diárias na academia, não tenho personal trainer, não gasto as tardes no shopping passeando com meu cachorrinho e com minhas amigas loiras-saradas que parecem saídas de uma linha de produção de Barbies. Nunca vou ter um corpo daqueles porque isso não é a minha prioridade. O prazer que um jantar de risoto de pêra com gorgonzola e uma rubra taça Merlot me proporcionam é muito maior que poder rebolar ferozmente a buzanfa-modelo num show da Tati Quebra-Barraco.
Hoje, sou gostosa e assumo. Mas continuo odiando qualquer mulher que fica linda de morrer num biquíni. Eu decidi ser gostosa, mas não virei a Irmã Dulce. Ainda bem: decidi também que ser boazinha não combina comigo.

Alilin Aleixo


2 comentários:

Anônimo disse...

Não sei como intitular você: garota, moça, mulher, mas sei que você é a mulher mais maravilhosa que já conheci na vida. Autêntica, meiga, linda, dengosa, alegre, sorridente. Passaria horas aqui escrevendo adjetivos à você. Mas me diga, pq não olha para mim? Sou teu fã, te quero mais que tudo nessa vida, me dê uma chance. Essa felicidade que tanto você almeja pode estar comigo. Pare de sonhar com amores impossíveis, homens complicados! Eu sou quem você procura, Me dá uma chance! Beijos.Boa noite!
OBS:Um dia ainda estarei ao seu lado, beijando sua nuca enquanto escreve no seu blog.

Anônimo disse...

Não disse querida amiga? Que há tantas pessoas que te amam, que não vai ter tempo para atender a todos... só espero que reserve um tempinho p/ mim para acompanhar essa felicidade que está por vir.. Te adoro! p.s - agora que descobri como postar comentários... me aguenta! rsrsrs beijos e fica com Deus. do amigo Edson.

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